Sunday, February 20, 2011

Dor

Dor.
Dor ingrata esta que que não posso parar.
Dor da alma que chora, sem poder derramar lágrimas.
Recordações.
O pensamento voa, e as traz consigo.
Caminho.
O caminhar devagar ao longo do verde dos campos.
Fogão.
As conversas ao pé do fogão.
A lenha crepitando.
Comida.
O cheiro da comida.
Você.
A tua presença silenciosa e gentil.
Eu.
O ajudante e aprendiz.
Descascava batatas, lavava verduras
e comentava os acontecimentos do dia a dia.
Você.
Acompanhava as minhas palavras.
Sorriso nos lábios
e a doce expressão da compreensão dos anos vividos.
Dois mundos se encontravam.
O mundo da cidade, do escritório,
das correrias e do tumulto do dia a dia.
O mundo do campo e das coisas simples
- o bisneto que ia nascer,
os netos que graduavam,  
outros que iniciavam o trabalho, os filhos,
nós...
Saudades...
Voo agora no tempo de ontem.
Choro -  não o tempo perdido.
Choro a falta que tu me fazes.
Tempo.
Ah, tempo, que não parás nunca.
Arrasta-nos contigo
e leva-nos a paraísos perdidos
e aventuras no porvir.
Vem,
tempo ingrato.
Leva-me contigo...
para a eternidade dos tempos.

Copyright @RejanedeSantaHelena

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