Sunday, December 4, 2011

Four Friends

They were four - four good friends. They played together. They read together.
They shared their worries and secrets.
They grew up in the middle of the Jewish district in a non-named town.
One of them was a Lebanese. She had a dollhouse.
One had only one doll, a plastic beautiful doll almost as big as she was.
They didn't have a bike, but their Jewish girlfriend had.
One friend had beautiful and long curly hair and two big brown eyes.
She had African relatives back some 200 years ago.
They didn't have many books, but the African girl had some.
Their neighborhood was quiet.
There were not many cars on the streets.
At that time, not many families had a car.
One had a garden, where they met to play, to talk and to hide.
One usually would bring a doll, another the dollhouse.
The quartet played for hours.
The African would bring some books. Through them they traveled far away.
When they got tired, they would take the bike.
One after the other they would ride up and down the street.
They had so much fun!
In the middle of the Jewish district, the German, the Lebanese, the African and the Jewish girlfriends played for hours without any strife.
They grew up together.
Later life sent them away to four different corners of this world.
One went to Israel, the other to Palestine.
Now they might meet each other not in the green grass of my garden but facing each other across a fence of wire, in a garden of irrationality.
My beautiful African friend went to America. I just read in last night's news she died in New York City.
Who built walls between us without asking permission?
Where are my friends?
Maybe now they are all in God's garden, where there are no races and no fences, where there are no colors but many faces!

by Rejane de Santa Helena
(written in 2001, under the impact of 9/11) (Em 2001, sob a emoção do 9/11, minha alma chorou pela perda da inocencia no mundo)

Sunday, July 24, 2011

Telinha...

Violência
Atentado em Oslo
Ontem cidade da paz
Da liberdade
Do premio Nobel
Hoje, triste
Atonita cidade.

Fome
A Africa pede socorro
Ontem Biafra
Hoje Somalia
Falta água
Falta vida
Sobra ignorância.

Festas
Casamentos na aristocracia
Ilusões
Falsas alegrias
Cegueira momentânea.

Facebook, Twitter, Google,
Blogspot, Youtube
A vida passa
Pela tela
Do computador.
....

Olhos negros (1)

Teus olhos negros
Grandes e profundos
Brilham como o céu de estrelas
Numa noite de verão.

Quanto mistério,
Escondem estes olhos negros
E eu não consigo desvendar…

Saturday, July 23, 2011

Poeta...

Tantas vezes senti
O sangue do poeta
Correndo nas minhas veias
Saindo pelos poros da minha pele
Exalando o perfume da vida.


Perdi-te amigo
Nas brumas do tempo
Escondido que estás
Atrás do tenue véu
Das lembranças perdidas
Esquecidas e encobertas
Pelos segredos da alma
Que se olvidou de ser.

por Rejane de Santa Helena

Sunday, February 27, 2011

Encontros

Eu  sonho
E a vida se energiza com a falsa presença sentida
O passado, presente no coração e na memória
traduzido em doce que se fixa no paladar
O presente é forte,  se impõe à vida
Risos, trabalhos, amigos, filhos....
Compromissos de outras  eras e vidas
Vivemos, cumprimos e amamos
Futuro iluminado, construído ,
Presente vivido, vencido
Mas à noite, sonhamos
nos encontramos,
amamos.

 
Por Elaine de Santa Helena

Viver e ser poetisa

Li o teu poema.
Traz um tanto de dor,
de tristeza e melancolia
Emerge das entrelinhas puro sentimento.
A falta de ar invade a alma e sufoca,
reajo.
Preciso falar do arco íris
que deslumbro no futuro.
O cinza do passado aperta o peito,
quero apenas o rosa da memória.
Olho pela janela
e vejo o sol resplandecente
e te convido a sair de si.
Viver o mundo
com menos responsabilidades,
mais prazeres.
Deixa o foco da tua lente mais difuso,
veja o espectro das cores
Ama o passado,
sorri com os sonhos
e te liberta para viver o agora
Suaviza o punho,
deixe escorrer os fatos
entre os dedos
A vida verte e pulsa
quando livre das nossas amarras
Escreve
cara poetisa,
Derrama no papel
o que te aperta o peito
E assim, livre,
viva com todas as linhas e cores,
Curte os dias e os amores,
saboreie os momentos como um ajudante aprendiz
E ensina 
a vida na poesia, como um mestre campesino.

Por Elaine de Santa Helena

Sunday, February 20, 2011

Dor

Dor.
Dor ingrata esta que que não posso parar.
Dor da alma que chora, sem poder derramar lágrimas.
Recordações.
O pensamento voa, e as traz consigo.
Caminho.
O caminhar devagar ao longo do verde dos campos.
Fogão.
As conversas ao pé do fogão.
A lenha crepitando.
Comida.
O cheiro da comida.
Você.
A tua presença silenciosa e gentil.
Eu.
O ajudante e aprendiz.
Descascava batatas, lavava verduras
e comentava os acontecimentos do dia a dia.
Você.
Acompanhava as minhas palavras.
Sorriso nos lábios
e a doce expressão da compreensão dos anos vividos.
Dois mundos se encontravam.
O mundo da cidade, do escritório,
das correrias e do tumulto do dia a dia.
O mundo do campo e das coisas simples
- o bisneto que ia nascer,
os netos que graduavam,  
outros que iniciavam o trabalho, os filhos,
nós...
Saudades...
Voo agora no tempo de ontem.
Choro -  não o tempo perdido.
Choro a falta que tu me fazes.
Tempo.
Ah, tempo, que não parás nunca.
Arrasta-nos contigo
e leva-nos a paraísos perdidos
e aventuras no porvir.
Vem,
tempo ingrato.
Leva-me contigo...
para a eternidade dos tempos.

Copyright @RejanedeSantaHelena